A 7ª edição da pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro mostrou que o e-commerce brasileiro teve uma expansão de 22,05% em 2021, totalizando 1,59 milhão de lojas online. 

Esses números refletem um mercado aquecido e que só tende a crescer, visto que os consumidores estão cada vez mais optando por realizar compras no mundo digital.

Mas como ficam as franquias diante deste cenário? Bom, elas precisam estar presentes na internet também, e precisam oferecer múltiplos canais de atendimento aos consumidores.

Isso é o que afirma o especialista em e-commerce e expansão de negócios, Alessandro Gil, que veremos mais adiante. Além disso, neste artigo você vai conferir:

O que é e-commerce, afinal?

E-commerce é uma modalidade de negócio na qual compra e venda são realizadas totalmente online, ou seja, por meio dos dispositivos com acesso à internet.

O termo vem de eletronic commerce e poder ser traduzido como comércio eletrônico. Ele torna digital e automático tanto o processo de venda, quanto o atendimento ao cliente.

Assim, outra prática que o e-commerce também impulsiona é a automatização dos processos.

Esse comércio virtual é uma excelente alternativa para as empresas que desejam ganhar visibilidade, alcançar novos públicos, trabalhar com produtos de nucho, reduzir gastos e aumentar as vendas.

Mas vale destacar que, por ser online, a marca deve investir em estratégias de marketing excelentes, assim como em questões de logística.

Pois, assim como é importante atingir e conquistar o cliente, também é necessário entregar o produto a ele no prazo prometido.

E-commerce - mulher recebendo produtos que comprou pela internet.

A origem do e-commerce

Mesmo que o e-commerce tenha ganhado mais força com a popularização da internet, por volta dos anos 2000, tudo começou na década de 1970.

Neste período, o americano Michael Aldrich criou um sistema que permitia o processamento de informações em tempo real, permitindo que transações online pudessem ser realizadas.

Aldrich adaptou uma televisão conectada a uma linha de telefone, dando origem ao Videotex.

Depois disso, houve grande evolução e cada vez mais as pessoas passaram a ter acesso à internet, inclusive, realizando compras.

Em 1995, também nos Estados Unidos, foi criada a gigante Amazon, que começou vendendo livros pela internet.

Já no Brasil, uma das primeiras lojas virtuais foi a Book Net, fundada por Jack London em 1995. Quatro anos depois, foi vendida e renomeada como Submarino.

Quais são os tipos de e-commerce?

No mundo do comércio eletrônico, existem diferentes tipos de e-commerce. Veja quais deles separamos para este artigo:

  • B2B (Business to Business): modelo de negócio em que empresas vendem para outras empresas;
  • B2C (Business to Consumer): neste modelo, as empresas vendem seus produtos diretamente ao consumidor final;
  • B2E (Business to Employee): modelo que ocorre quando os colaboradores da própria empresa consomem os produtos, ou seja, o negócio é estruturado para o consumo interno;
  • B2G (Business to Government): é o modelo em que empresas entram em concorrências para vender artigos para o governo, seja ele municipal, estadual ou federal;
  • C2B (Consumer to Business): ocorre quando um consumidor presta serviço para a empresa, normalmente divulgando o produto e recebendo uma recompensa pelo trabalho;
  • C2C (Consumer to Consumer): aqui não são empresas que vendem produtos a outras pessoas, mas os próprios consumidores que realizam o comércio entre si;
  • D2C (Direct to Consumer): nessa modalidade, empresas do ramo industrial vendem alguns de seus produtos no varejo, diretamente ao consumidor final, pelo chamado “preço de fábrica”;
  • M-commerce (Mobile commerce): esse termo diz respeito ao comércio via dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Essa é uma parcela considerável do e-commerce e, por isso, acabou ganhando um termo próprio;
  • S-commerce (Social commerce): nome destinado ao comércio digital realizado por meio das redes sociais.

5 vantagens atrativas do e-commerce

Hoje em dia, ter a marca em um e-commerce não deve ser mais um “segundo passo” ou apenas uma opção a ser pensada.

Considerando que a grande maioria dos clientes e potenciais clientes estão na internet, é imprescindível que desde o início a empresa invista, também, no comércio eletrônico.

Vamos conferir outras vantagens irresistíveis do e-commerce:

1. Redução do custo operacional

Uma operação física tem alto custo fixo, como aluguel, água, luz, segurança e outros gastos dependendo do setor em que a empresa atua.

No e-commerce, é possível começar com um laptop, acesso à internet e alguns produtos ou serviços.

E para manter tudo funcionando, há várias opções de ferramentas online e integrações que otimizam o custo e, com certeza, ainda fica muito mais barato que manter um local físico.

2. Adeus à restrição geográfica

Com um planejamento logístico de qualidade, não há limites geográficos para a empresa que atua no formato online.

Podemos dizer até que o e-commerce viabiliza a internacionalização do negócio, pois é possível vender produtos/serviços para pessoas do mundo todo e a qualquer hora.

3. Disponível 24 horas, 7 dias por semana

No e-commerce, a disponibilidade das lojas online é muito mais flexível do que nas lojas físicas. Isso porque os clientes conseguem acessar e comprar os produtos 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.

O que permite o funcionamento extendido é a automatização do processo. Pois, mesmo quando os colaboradores da marca não estão online, os clientes conseguem realizar o processo de compra de forma automática.

4. Acompanhamento de resultados em tempo real

Uma das grandes vantagens do e-commerce é ter os dados de compras e dos clientes à disposição, de preferência gerenciados em um CRM de excelência.

Com essa base de dados, a empresa consegue entender melhor o consumidor, analisando sua jornada dentro da loja, gatilhos de compra e até carrinhos abandonados.

Esse acompanhamento proporcionará insights valiosos para campanhas estratégicas que poderão atingir cada vez mais clientes, além de fidelizá-los.

5. Maior proximidade com o cliente

Diferente de uma loja de rua ou no shopping, onde é necessário esperar o cliente ir até a sua loja, no e-commerce a marca pode ir até o cliente.

Os consumidores já estão online e buscam por opções na internet que solucionem suas demandas ou que simplesmente os atraiam.

É nesse momento que a empresa deve se fazer presente, interagindo com esses consumidores, fazendo com que se sintam parte do negócio.

Essa sensação de pertencimento ajuda muito na hora de decidir qual produto comprar.

E-commerce - colaborador de loja carregando caixas e sorrindo para laptop.

3 principais canais de venda online

Embora muitas pessoas associem e-commerce com loja virtual, o comércio eletrônico engloba várias outras possibilidades além da loja. Veja:

1. Loja virtual

A loja virtual é um site criado pela empresa para expor e comercializar seus produtos.

Toda a gestão do negócio é feita pela marca, desde a escolha dos layouts, a forma como os produtos são expostos, a exibição do logo, até muitas outras questões relacionadas à estratégia empresarial.

Para a criação desse site, é possível desenvolvê-lo do zero ou contratar plataformas prontas e específicas para e-commerce.

2. Marketplace

Os marketplaces são como shopping centers virtuais. Neles, diversas empresas expõem seus produtos, que são vistos e comparados pelos visitantes daqueles sites.

Entre exemplos de grandes marketplaces temos o Mercado Livre e a Americanas.

Apesar de terem muitos acessos por serem bastante conhecidos, é válido lembrar que, neles, as políticas são decididas por essas empresas e os produtos são expostos entre diversos concorrentes, sem uma diferenciação tão clara entre cada uma das lojas.

3. Redes sociais

Outro canal de vendas virtual é são as redes sociais. Seja com integrações nativas dessas plataformas, como o Instagram Shopping, por exemplo, ou combinando diretamente com os clientes, é possível realizar vendas por ali.

Esse canal é capaz de gerar muita visibilidade para os produtos. Por outro lado, como elas não foram criadas para esse fim, muitas vezes as funções de pagamento e frete precisam ser realizadas por outros meios.

A parceria de sucesso entre e-commerce e franchising

Em um artigo escrito para o portal E-commerce Brasil, Alessandro Gil, que possui extensa experiência em e-commerce e estratégia de expansão de negócios, fala sobre o “casamento de sucesso” entre o comércio eletrônico e o franchising.

O especialista afirma que a intensa acelereção da digitalização do varejo promovida a partir de 2020 impactou, inclusive, o setor de franquias.

Nesse cenário, os dois grandes desafios são digitalizar o processo de vendas e convencer e liderar os franqueados para que estejam juntos nessa.

Assim como o varejo precisa ser omnichannel, as franquias de maior sucesso nos próximos anos serão aquelas capazes de se conectar aos clientes em qualquer meio físico ou digital.

Alessandro Gil, especialista em e-commerce e em expansão de negócios

4 modelos básicos de e-commerce no setor de franquias

Alessandro Gil elenca quatro modelos básicos de e-commerce no setor de franquias que consideram a relação entre franqueadores e franqueados, além do grau de liberdade nas tomadas de decisão. Conheça:

1) Modelo “franqueador puro”

É quando o franqueador toma para si o canal de e-commerce em sua plataforma global.

Legalmente, nada impede que o franqueador tenha exclusividade nas vendas online, se o tema estiver definido contratualmente nos direitos e deveres do franqueador e franqueado.

Com centralização total da operação online, esse modelo gera ao franqueador os mesmos desafios de qualquer outro e-commerce tradicional: desenvolvimento da plataforma, logística, marketing e atendimento ao cliente.

Embora essa pareça ser uma maneira simples de se fazer presente no online, ela traz problemas no relacionamento com o franqueado, uma vez que o digital pode ser visto como um concorrente direto com a loja física, especialmente em períodos promocionais.

2) Modelo “franqueado puro”

É exatamente o oposto do primeiro caso – aqui, o franqueado cuida de toda a operação no nível local.

O franqueador cede todos os direitos de atuação omnichannel para sua rede, que opera suas próprias lojas online, mantêm catálogos independentes e realizam promoções de forma descentralizada.

Neste modelo também há desafios. Com lojas virtuais separadas, a força da marca e sua capacidade de investimento publicitário e geração de leads diminui, ao mesmo tempo em que podem surgir disputas entre os franqueados por conta de questões territoriais.

Além disso, o descasamento de ações promocionais e experiências de compra tem impacto negativo sobre a imagem da marca diante do consumidor.

3) Modelo “e-commerce compartilhado”

Nesta situação, os franqueadores mantêm o controle sobre o e-commerce, mas permitem que os franqueados participem da estratégia global de vendas.

O franqueador propõe um acordo financeiro com os franqueados que compense a competição do online com as vendas físicas na área coberta pelas lojas.

O conceito também abre a possibilidade de que os franqueados se tornem parte da estratégia de e-commerce, com a integração das vendas online às ações físicas locais.

Esse modelo permite, por exemplo, o showrooming, em que o consumidor vai à loja física experimentar um produto e o compra online.

Nesses casos, o franqueado pode oferecer um código promocional que o conecta àquela venda e, assim, é comissionado pelo negócio fechado.

A importância do franqueado para o sucesso da operação online é bem maior e existe um incentivo financeiro para que a loja física estimule o e-commerce.

4) Modelo “e-commerce distribuído”

Neste conceito, o franqueador desenvolve sites locais com sua marca, que são administrados pelos franqueados localmente.

O objetivo é colocar os franqueados no centro da estratégia online, em vez de simplesmente comissioná-los por vendas digitais.

Neste modelo, os franqueados são donos e gestores das plataformas online locais, administrando catálogo, ações de marketing e relacionamento com o cliente.

Uma vantagem desse modelo é uma integração omnichannel total, já que a própria loja física faz a gestão do e-commerce no nível local.

Ao mesmo tempo em que se beneficia de uma integridade de marca, posicionamento e comunicação, o franqueador define as políticas de precificação e evita conflitos internos de canal, viabilizando o crescimento de toda a operação de varejo de forma integrada.

E aí, gostou do conteúdo?

Sem dúvidas a união entre as possibilidades do e-commerce e o modelo de franquias é bastante promissora, pois os consumidores estão cada vez mais realizando compras pela internet.

A partir do artigo do especialista Alessandro Gil, vimos que as redes de franquias presentes no e-commerce também precisam investir em múltiplos canais, ou seja, elas precisam ser omnichannel.

Por fim, mesmo com a automatização promovida pela internet, a preocupação não deve ser apenas com a venda. Logística e atendimento ao cliente são fatores primordiais para que toda a estratégia online seja um verdadeiro sucesso.

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