A autogestão é fruto da mudança provocada pela criação da “gestão de pessoas” nas empresas.

A partir desse novo setor, a busca pela qualidade total e por outros processos que visavam maior produtividade nas empresas se tornou cada vez mais constante.

Uma nova visão de cultura organizacional ganhou espaço, junto com o modelo horizontal de organização das equipes.

A autogestão se tornou ainda mais importante na economia brasileira em tempos de pandemia, uma vez que muitas empresas adotaram o home office para manter suas atividades, exigindo dos colaboradores um senso de autonomia maior.

Neste artigo, vamos falar mais sobre esse tema que tem demonstrado resultados muito positivos às empresas em relação à produtividade das equipes e à agilidade na tomada de decisão. Confira os tópicos a seguir:

O que é autogestão?

Autogestão é quando um profissional tem controle suficiente para definir o seu fluxo de trabalho, sendo totalmente responsável por garantir a qualidade em suas entregas dentro do prazo planejado e considerando todos os demais processos da rotina operacional.

Essa maneira de gerenciar-se pode ser aplicada por colaboradores, empreendedores e até mesmo prestadores de serviço. Ela está diretamente relacionada à autonomia de tomar decisões.

A empresa que incentiva a autogestão geralmente é baseada na gestão horizontal e o colaborador acaba se tornando “líder” de suas tarefas, sempre seguindo diretrizes pré-estabelecidas de como o trabalho deve ser executado.

Autogestão - time de colaboradores alinhando ideias no escritório.

Confira alguns exemplos de autogestão

Times autônomos simultâneos

Neste cenário, muitas equipes atuam ao mesmo tempo, sendo essencial o compartilhamento de informações entre elas.

Imagine uma empresa de tecnologia que forneça aos clientes uma plataforma de gestão. Em sua estrutura de departamentos, há profissionais especializados em diversas áreas, como desenvolvimento e sucesso do cliente.

Aqui, desenvolvedores e analistas de sucesso trabalham juntos para que os usuários façam o melhor uso possível da ferramenta.

Acordos individuais

Neste exemplo, os profissionais realizam combinados entre eles a fim de otimizar a execução das demandas de trabalho.

Usando o exemplo da empresa de tecnologia acima, por meio de um acordo, desenvolvedor e analista de sucesso podem combinar o prazo para a atualização do sistema.

Círculos alinhados

São definidas níveis de trabalho dentro da empresa, mas não de pessoas e cargos. Isso quer dizer que uma função pode ser mais relevante que a outra para a empresa, mas não as pessoas.

Na prática, como a autogestão acontece?

A autogestão é um método de cultura organizacional que depende de dois principais agentes: o profissional e a empresa.

É necessário que ambos compreendam a importância do assunto e as melhores práticas, bem como se disponham a desafiar o modelo tradicional. Confira algumas práticas:

Autogestão pessoal

A autogestão é uma ótima competência profissional e tem se mostrado um forte diferencial para o mercado de trabalho.

É cada vez mais comum que organizações desejem colaboradores que assumam suas tarefas e entreguem resultados por conta própria. Mas isso isso depende de um conjunto de habilidades específicas:

  • Investimento em comunicação interpessoal;
  • Consciência das responsabilidades no trabalho;
  • Compreensão da missão da empresa e como contribuir com ela;
  • Consciência de trabalho em equipe;
  • Definição de objetivos profissionais e metas de curto prazo;
  • Monitoramento de resultados e correção de falhas;
  • Aprendizado contínuo.

Autogestão empresarial

A autogestão também depende de um conjunto de ações que partem da empresa para a construção de uma cultura de autonomia.

O processo de mudança da gestão tradicional para essa mais horizontal é um desafio. Mas algumas práticas que podem ajudar são:

  • Deixar evidente o quanto a autogestão é algo valorizado;
  • Não dizer minuciosamente o que deve ser feito e nem microgerenciar o trabalho;
  • Enxugar a estrutura hierárquica;
  • Estimular a construção de planos individuais alinhados à missão da empresa;
  • Adotar práticas de autoavaliação de desempenho;
  • Investir no treinamento contínuo dos colaboradores.

A tarefa da empresa é criar um ambiente propício à autogestão, de modo que os colaboradores se sintam estimulados a trabalhar com autonomia e a assumir responsabilidade pelas suas entregas.

Em relação aos treinamentos, muitas organizações têm apostado no e-learning, ou até mesmo no m-learning, para proporcionar cursos de aperfeiçoamento na Universidade Corporativa do SULTS. Vale a pena conhecer!

Afinal, como incentivar a autogestão?

Incentivando os profissionais a colaborarem ativamente nos processos de tomada de decisão, é possível desenvolver novas abordagens para a conclusão das tarefas, promovendo a eficiência operacional.

Três dicas úteis para auxiliar na promoção da autogestão na empresa são:

Motive a liderança

Ao promover a liderança dos colaboradores, é possível fortalecer várias das skills que vão impactar diretamente nos resultados da organização.

Valorize a visão dos colaboradores

A partir do momento em que o colaborador tem liberdade para expor suas ideias e sugestões, é possível perceber o sentimento de pertencimento e valorização profissional. Essa cultura, além de otimizar o clima, melhora o engajamento e o desempenho das equipes.

Desenvolva a inteligência emocional

O desenvolvimento das soft skills no ambiente de trabalho permite o crescimento profissional em variadas áreas. Atualmente, a inteligência emocional é reconhecida como fator fundamental para um clima organizacional saudável e produtivo.

Autogestão - colaborador com laptop e tablet em mãos, trabalhando no escritório.

3 mitos da autogestão que você precisa conhecer

Assim como em todo tema, existem alguns mitos relacionados à autogestão que atrapalham o sucesso da estratégia.

Por essa razão, listamos os três principais mitos para que você não acredite em informações falsas a respeito da autogestão. Veja:

1º mito: não há líderes

Ao contrário do que se pensa, na autogestão de equipe existe uma liderança estabelecida. Essa confusão pode acontecer por eles não precisarem justificar todas as tomadas de decisões que o time adota.

Em vez disso, os líderes têm o papel de organizar os processos e distribuir as demandas que aparecem. Assim, os colaboradores alcançam maior liberdade e conseguem contribuir de modo mais intenso no crescimento da organização.

2º mito: tomada de decisões mais lenta

Pelo contrário, com maior autonomia da equipe as decisões tendem a ser mais ágeis, pois vários colaboradores têm capacidade de direcionar e solucionar eventuais problemas que apareçam.

3º mito: não há regras

Sem dúvidas, este é um dos piores mitos. Diferente do que alguns pensam, nesse sistema, todos os colaboradores são informados sobre as regras que devem seguir para assegurar o bom funcionamento do negócio.

Além disso, há definições bem transparentes sobre o que pode ser feito sem consulta prévia aos líderes e o que não é permitido.

Benefícios que tornam a autogestão um diferencial

Como vimos, a autogestão é um trabalho conjunto, depende tanto do profissional quanto da organização.

Quando bem realizada, pode promover muitas vantagens, como o aumento da inovação e da agilidade, itens vistos como diferenciais na carreira de qualquer profissional.

Abaixo, confira outros benefícios que fazem com que a autogestão seja um diferencial tão importante:

Criatividade aprimorada

Quando as decisões são centralizadas, elas atendem sempre a um padrão e podem deixar pouco espaço para a criatividade.

Por outro lado, quando cada profissional se torna responsável por resolver problemas, é mais provável que a criatividade aumente.

Assim, o primeiro benefício é a criatividade. Profissionais que autogerenciam seu expediente encontram mais liberdade e podem tratar cada problema de maneira inovadora, o que não seria possível em uma estrutura mais rígida.

Workflow mais ágil

Em estruturas centralizadas, cada uma das decisões depende do superior imediato. Isso torna o processo decisório mais demorado, afetando a agilidade da companhia, das equipes e dos indivíduos.

Entretanto, o trabalho autônomo é mais fluido e depende de cada colaborador.

Quando os profissionais podem decidir por conta própria, sem precisar recorrer aos seus superiores e esperar por orientações, tudo pode ser feito com mais fluidez.

Melhora nos relacionamentos

Um terceiro grande benefício é a melhora nos relacionamentos interpessoais, tanto com o público interno, quanto externo da empresa. O motivo é que a autogestão exige mais responsabilidade individual, inclusive nas relações.

Sendo assim, na medida que a autogestão é estimulada, as relações interpessoais são fortalecidas. Os profissionais autônomos aprendem a trabalhar melhor com outras pessoas e extrair resultados que beneficiam todas as partes envolvidas.

Enfim, como pudemos ver, a autogestão é um modelo de organização na qual as tomadas de decisão e gerenciamento de tarefas são feitas de forma mais democrática e horizontal.

Ela é crucial para os líderes atuais, uma vez que ela qualifica os colaboradores e os torna aptos a contribuir de forma precisa.

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