Não há uma precisão exata da origem das edtechs, mas com certeza a popularização do termo foi expandida durante a pandemia da Covid-19.
Diante do cenário que impedia o contato presencial, ficou nítida a necessidade de um ensino menos tradicional e mais flexível.
Nesse sentido, as startups de educação se consolidaram, trazendo soluções inovadoras que foram inseridas na vida de milhões de professores e estudantes naquele momento e que continuam fazendo parte do processo de aprendizagem em diferentes contextos.
Independente do nível de ensino e do local onde se ensina, todos somos diariamente impactados por essa “nova maneira de ensinar e de aprender“, na qual não há mais uma distinção entre educação e tecnologia, pois são complementares.
Por essa razão, criamos este artigo para que você entenda melhor o que são as edtechs, por que são importantes, o mercado delas no Brasil e muito mais. Boa leitura!
O que são as edtechs?
Edtechs são empresas que desenvolvem soluções tecnológicas para a oferta de serviços relacionados à educação, como plataformas de cursos online, jogos educativos, sistemas de gestão de aprendizado, entre outros.
A palavra é uma abreviação do termo educational technology, que, em inglês, quer dizer tecnologia educacional.
Essas startups que enxergam a educação como oportunidade de negócio criam alternativas para tornar o ensino e a aprendizagem mais eficientes, fazendo os usuários aprenderem mais rapidamente, com maior retenção de conteúdo.
É um trabalho que envolve criatividade, inovação, tecnologia de ponta e foco nas necessidades dos usuários.
Como essas soluções são tecnológicas, trata-se de um negócio altamente escalável, o que significa que é possível cobrar preços baixos pelas assinaturas dos serviços ou outras práticas de monetização.
Isso sem contar que os serviços de muitas edtechs são gratuitos para o usuário que se cadastra como aluno.
Ou seja, em vez de restringirem, elas colaboram para disseminar o acesso à educação.
Qual a importância das edtechs?
Como falamos, as edtechs são muito importantes, porque facilitam a aprendizagem dos estudantes em diferentes níveis de ensino.
Por meio delas, cada pessoa tem a liberdade de criar seu próprio horário de estudo, bem como escolher a melhor metodologia para cada caso.
Com isso, as características das edtechs engajam principalmente o público jovem, que busca por soluções criativas e ao mesmo tempo que trabalhe com métodos que otimizam o aprendizado conforme dedicam mais atenção a ele.
Setores de atuação das edtechs
Além de oferecerem diversos tipos de serviços, as edtechs também atuam em diferentes níveis de ensino. Confira:
Educação Básica
É o nível de ensino das escolas, no qual o aluno entra criança, passa pela alfabetização, e sai adolescente, antes de ingressar em uma universidade ou no mercado de trabalho.
Segundo o mapeamento do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) e da Associação Brasileira de Startups (Abstartup), 47% das 364 edtechs brasileiras consideradas na pesquisa são focadas na área da educação básica.
É o nicho com o maior potencial transformador, pois mais de 90% da população brasileira passa pelas escolas.
Qualificar os ensinos Fundamental e Médio, portanto, significa formar cidadãos mais capacitados, seja qual for o rumo que desejam dar em suas vidas.
Uma iniciativa comum nesse sentido são as parcerias das startups com escolas, buscando sempre conciliar processos tradicionais de ensino com as possibilidades trazidas pela tecnologia.
Seja por meio de plataformas de ensino personalizadas, sistemas de gestão ou aplicativos que usem a gamificação.
Educação Técnica
Essa categoria de educação não tem um foco na formação integral como a escola, e sim no desenvolvimento de uma habilidade.
Nesse sentido, podemos dizer que as edtechs dessa área têm uma vantagem, pois podem mobilizar, através da internet, usuários de qualquer lugar do mundo.
Há cada vez mais ofertas de cursos online, nos quais é possível aprender as mais diversas técnicas sem qualquer prejuízo em relação a um cursos presencial.
Educação Superior
Se 47% das edtechs mapeadas pela CIEB e Abstartup atuam com foco na educação básica, apenas 8% atuam exclusivamente para instituições de ensino superior.
Em outros países, o ensino superior é um nicho de grande importância, com destaque para empresas como o Coursera (catálogo e plataforma com cursos online de grandes universidades de todo o mundo) e Canvas (sistema de gestão de aprendizagem).
Nas universidades, a utilização da tecnologia ajuda a otimizar o ensino, uma função importante tendo em vista a grande quantidade de conhecimento que um diplomado precisa absorver.
E também permite maior flexibilidade de horários para os alunos e professores.
Educação Corporativa
Por fim, temos o segmento de educação corporativa, uma área estratégica para empresas de todos os setores.
Não existe nenhuma empresa no mundo que esteja 100% satisfeita com as capacidades e conhecimentos de seus colaboradores.
Pensar em políticas e ações para qualificá-los é um desafio constante, que deve ser encarado como um processo estratégico.
Se, na educação básica, técnica e superior, cursos tradicionais já não cativam mais um público acostumado ao dinâmico mundo da tecnologia, o mesmo acontece nas capacitações corporativas.
Nesse contexto, as edtechs podem ajudar a tornar mais eficiente o ensino das habilidades desejadas, a um custo muito menor para os empregadores.
O mercado das Edtechs no Brasil
No Brasil, o mercado das startups voltadas para a educação está em ascensão e por isso há muitas oportunidades.
As empresas de startups sabem disso e é por isso que cada vez mais surgem propostas para mudar a realidade de ensino através da inovação.
Conforme dados do Mapeamento de Edtech do ano de 2020, análise feita pela Abstartup em parceria com o CIEB, existem aproximadamente 449 Edtechs ativas no país, destas 61% são da área de produção de conteúdo e 19% são da área de dados e processos.
Apesar disso, há muitos desafios nesse mercado, pois é uma área em que mais de 80% das instituições de ensino básico são públicas e a aquisição de tecnologia nas redes públicas ainda é baixa e muito burocrática.
6 edtechs que lideram quando o assunto é inovação
Maria Clara Dias, em um especial para o Gazz Conecta, portal Gazeta do Povo, ranqueou 6 edtechs que são líderes em inovação. Conheça quais são elas:
1. Descomplica
A Descomplica carrega hoje o mérito de ter recebido o maior aporte da história entre as startups de educação da América Latina.
Isso aconteceu em fevereiro, quando a empresa captou R$ 450 milhões em uma rodada liderada pelos fundos SoftBank e Invus Opportunities e que também envolveu nomes como o de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e o guitarrista The Edge, da banda de rock U2.
2. Conquer
Fundada em 2016, a Conquer foi uma das pioneiras a mirar a nova economia e oferecer cursos digitais com as habilidades profissionais.
Os temas centrais dos cursos oferecidos pela plataforma são: inovação, liderança, gestão, tecnologia, transformação digital, negociação e vendas.
3. DNC Group
A DNC Group é uma edtech voltada à formação profissional complementar. O objetivo é ir além da formação hoje dada pelas instituições de ensino, e capacitar o aluno para o novo contexto do mercado de trabalho.
Para isso, a startup oferece cursos de curta duração, aqueles mais ágeis aos comparados com as graduações e pós-graduações, que ensinam aos alunos as habilidades do futuro.
4. mLearn
A mLearn Educação Móvel é uma startup mineira também especializada em cursos para a nova economia, ou seja, para as competências profissionais necessárias para o novo cenário econômico.
Fundada em 2013, a edtech tem hoje como carro-chefe a plataforma Qualifica Cursos, um aplicativo educacional com mais de 120 cursos de desenvolvimento profissional e pessoal.
5. Kenzie Academy
Na lista de edtechs que aquecem o mercado de venture capital no país, a Kenzie Academy, escola de programação, também marca presença.
A startup é especializada na formação de programadores e um dos principais diferenciais da edtech é a adoção de uma metodologia que permite aos alunos o pagamento do curso apenas após a formação e se for empregado na área de tecnologia, com remuneração mensal mínima de R$ 3 mil.
6. Tera
Fundada em 2016 pelo empreendedor Leandro Herrera, a startup tem como propósito criar uma conexão entre empresas e profissionais realmente capacitados para a nova economia.
A intenção da edtech é formar, em até seis meses, qualquer profissional que queira se especializar em áreas como gestão de produtos, marketing digital, experiência do usuário e análise de dados.
Sem dúvidas, a tecnologia aliada à educação transformou, para sempre, a maneira de oferecer conteúdos aos estudantes – sejam eles da escola regular, ou colaboradores de uma empresa.
A questão é que a busca pelo conhecimento e por práticas mais refinadas devem ser constantes, por isso sempre falamos da melhoria contínua.
As plataformas online, como a Universidade Corporativa estão disponíveis no mercado justamente para encurtar as distâncias entre quer quer aprender e quem quer ensinar.
No cenário empresarial, principalmente, recorrer a esse tipo de tecnologia para promover uma equipe cada vez mais qualificada é uma estratégia indispensável e que só traz benefícios.